sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

'Como vai ser? Com muita ou pouca emoção?'

Já esteve na moda, dizê-la. Já foi usada por tudo e por nada. Serve para descrever estados e sensações extremas e está relacionada com emoções fortes e situações radicais.
É radical, de facto, poderosa e perigosa também.

ADRENALINA.
Vive em cada um de nós. Está lá quietinha, nos seus padrões normais. Até um dia. Até àquele dia em que a sentimos libertar-se. Por duas razões: ou por medo ou por euforia. E é nesse momento que precisamos dela para enfrentar ou o prazer ou a dor sendo que, jamais sobreviveríamos às emoções fortes sem a sua existência.
Às mais variadas loucuras podemos atribuir a sua libertação. Será assim para uns. Para outros, serão somente episódios banais do dia a dia. 'Presunção e adrenalina, cada um toma a que quer'. Mas todos gostamos de nos sentir assim, possuídos por um estado de alma que nos transcende e, que, por mais que queiramos, não controlamos. Mesmo em situações criadas por nós. Escolhemos apenas seguir em frente e sentir o que há a sentir. tos. Vamos sim, mas, como num buggy nas dunas, com 'muita emoção'.

É um estado dúbio, envolve sentimentos contraditórios; Sabe bem mas ao mesmo tempo consome-nos um pouco e temos a sensação que nos tira tempo de vida. No momento em que sentimos é bom, é óptimo, satisfaz-nos na nossa própria medida. Quando passa, parece que levámos pancada qual saco de boxe. 
Porém, que sentimento ou estado de alma, daqueles que valem mesmo a pena, dos bons, não nos deixa de rastos? Não há. Quem quer intensidade, mesmo que por momentos, tem que estar preparado para as consequências, tem que 'passar além da dor'. É por isso natural que tudo o que é maravilhoso tenha sempre o lado negro. Ou pelo menos cinzento, bem sabemos.

Há adrenalina em tudo o que vivemos intensamente, portanto. Há no amor, há na aventura, há na busca do desconhecido, nas experiências radicais, em situações de perigo e na dor também. Enfim, em tudo quanto pusermos a nossa integridade e intensidade . 
Quando vivemos essas situações limite, por nossa escolha ou não, e somos postos à prova, sentimos tudo à flor da pele, temos a sensação de que estamos a viver a vida louca.  Entendemos o verdadeiro sentido da frase 'pisar o risco'.  E, no momento imediatamente a seguir dizemos, com toda a certeza, que não mais queremos voltar a sentir assim. 'Nunca!' Passados momentos dizemos, 'pelo menos não a toda a hora'. E no dia seguinte, já queremos mais do mesmo, voltar a experimentar esse sentimento inebriante e com sabor agri-doce. Por isso, quando dizemos 'nunca' nunca dizemos toda a verdade, por medo, ou, como diz Jack Nicholson, porque não estamos preparados para lidar com ela.


Então como é que vai ser, hoje, com muita ou pouca emoção?

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