quarta-feira, 7 de março de 2012

Meia zinha.

Há um hábito irritante de se dizer tudo acabado em inho, inha, zinhos e zinhas. E quando ouvimos falar assim diariamente, passa de irritante a muito irritantezinho.
Ouve-se pedir um 'cafézinho, uma biquinha, um pãozinho' e até 'uma sopinha'. É claro que a sopinha é tolerável. É uma coisinha quentinha que nos aquece e aconchega, além de que a própria palavra parece que está a pedi-las. O que já se torna abusivo e uma ameaça à nossa sanidade é a nova moda de inhos. Preparados? Tcharaaam! A meinha de leite! Sim, isso mesmo.
Não entendo.
Ela já é pequena. É só metade. Para quê torná-la mais pequena ainda? Ficamos com a ideia de que por ser pedida com mais carinho não vai haver hipótese de se entornar em cima do cliente. Foi pedida com cuidado, com jeitinho e com ternura. Logo, tem que ser servida com pézinhos de lã. (Este zinho não tem alternativa). Esta é uma tese. Por outro lado, parece que estão a pedir fiado. 'Um cafezinho por favor, vá lá...'
  
Quanto ao café, não gosto de o ver ser tratado assim. Um café é forte, é robusto, encorpado, amargo e nem toda a gente pode com ele. Senão vejamos: há quem o peça 'sem princípio, sem veneno, sem as primeiras gotas'... e porquê? Porque é um café. Porque é forte. E um café não vai bem com um zinho.
A chávena é pequena, é certo, mas não se julgue por aí o seu conteúdo. Além do mais, e como diz o povo, o tamanho (da chávena) não importa.